Tal qual um bolo que é preparado com o segredo que o deixa fofinho e saboroso, a relação com os filhos também requer alguns ingredientes especiais, determinantes para que se tornem grandes vendedores:
Carinho
Você foi criado a pouco carinho? Considerando que estamos em 2012, se você tem trinta anos ou mais, é bem possível que sim, pois a geração anterior era menos propensa a afagos. Estes pais de três décadas ou mais, amargaram uma infância ainda mais dura, pois nossos avós “tinham que trabalhar muito e não tinham tempo pra frescura”. Sim, pasme! Durante muito tempo, carinho materno e paterno era frescura, principalmente entre as famílias de baixa renda, onde até hoje se observa a dificuldade de compartilhar carinho. Ouve-se algo mais ou menos assim:
- Mãe, hoje o professor me ensinou sobre...
- Tá, filho, tá, então tchau, deixe eu correr que tô atrasada, outra hora você me conta isso!
Esta outra hora jamais chegou. Esta criança cresceu sem ser ouvida. Ao se tornar adolescente, talvez ela encontre um traficante carismático que possa ouvi-la. Nesta triste hora, a mãe tem tempo de sobra para pensar: “o que foi que eu fiz de errado?”
Compreensão
Alguns filhos não conseguem entender:
Como posso ter um professor tão preocupado em me entender e ao mesmo tempo, pais que simplesmente não me entendem?
Um filho não compreendido será possivelmente um profissional difícil de lidar, pois terá naturalmente uma excessiva carência quando adulto.
Inconscientemente, transferimos para o chefe a função de nos compreender. Seria esta a razão pela qual exista tanto “desgosto” pela função de chefe, supervisor, gerente, patrão, etc.? Transferimos para o namorado (a) a função excessiva do carinho, e ai deles se não forem carinhosos. Será esta uma das causas de tantos desentendimentos entre os casais?
Cedemos aqui apenas dois exemplos da transferência de compreensão que fazemos sem perceber, por outro lado a lista é imensa: transferimos este critério importantíssimo em nossas vidas para quem quer que seja: professores, amigos, parentes, vizinhos... Portanto, os efeitos colaterais da incompreensão terão um longuíssimo prazo. Não é e jamais será fácil compreender os filhos, por outro lado, será mais difícil lidar com o adulto que ele há de se tornar, caso os pais não entendam isso.
Flexibilidade
Pais flexíveis têm a incrível habilidade de lidar com situações difíceis. Quando chega o momento de conversar e orientar sobre profissão a escolher, drogas, sexo, gravidez, preservativo, menstruação ou até mesmo aborto e violência, eles tiram de letra. E por que para outros pais é tão difícil abordar estes e outros temas polêmicos? Os motivos são os mais variados, por outro lado, uma coisa é fato: a FLEXIBILIDADE é um divisor de águas nas relações entre pais e filhos. Ser flexível não é o mesmo que compreender. Você pode até entender, porém, somente a flexibilidade permitirá que você consiga se colocar no lugar do filho. Os pais rígidos têm duas escolhas: abrir mão da pompa que usa ao dizer para os amigos “comigo filho é na base da mão firme” ou se preparar para muitas surpresas, porque os filhos cujos pais são inflexíveis fazem tudo as escondidas. Lá adiante, já adultos, tomam gosto, desenvolvem a crença de que tudo que é escondido é mais gostoso e aí, quando a situação chega neste ponto, é praticamente irreversível. Para corrigir um comportamento, a flexibilidade ajuda muito e se você não quer perder o seu filho para a depressão, o desânimo, a incerteza de futuro ou a pobreza de espírito, saiba que evitar os seus comportamentos inflexíveis é um milagroso remédio.
Em suma, seu filho pode se tornar um grande vendedor, e para que tal aconteça, dependerá especificamente do que VOCÊ lhe vende diariamente, afinal; como a criança confia em VOCÊ, comprará suas virtudes, frustrações, medos e crenças.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
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Obs.: Trecho do livro O MESTRE, em produção, cuja previsão de lançamento é maio/2013.